terça-feira, 4 de junho de 2013

COLÓQUIO MÁRIO SAA: LIVRO DE ATAS JÁ SAIU


Mário Saa: Poeta e Pensador da Razão Matemática
O livro de atas que reúne as comunicações e testemunhos proferidos no âmbito do Colóquio realizado nos dias 20 e 21 de janeiro de 2012, já está publicado.
                                                                                                        



A razão do poema em Mário Saa
Nuno Júdice

Da Athena à Presença.
Um decénio fulcral na obra Literária de Mário Saa
João Rui de Sousa

Leite de Vasconcellos e Mário Saa
Notas para uma influência tutelar
André Carneiro

Percursos pessoais – Trilhos institucionais.
O«Metropolismo Galaico-Português» – memórias de um movimento associativo intelectual na Fundação Arquivo Paes Teles (Ervedal)
Elisabete Pereira e Filipe Themudo Barata

Mário Saa Hermeneuta da história de Portugal
Joaquim Domingues

Mário Saa Leitor atento da obra de Nietzsche
Américo Enes Monteiro

Ideias estéticas de Mário Saa
José Carlos Pereira

«As memórias astrológicas de Camões»
Uma Leitura aligeirada
J. Pinharanda Gomes

Elementos para uma introdução ao pensamento de Mário Saa
António Braz Teixeira

Entre Mário Saa e José Marinho
O pensar aforístico e o dizer poético
Renato Epifânio

Infinito e infinitismo em Mário Saa
A revelação de uma ideia
Manuel Cândido Pimentel

A presença de Nietzsche na mundividência filosófica de Mário Saa
Manuel Ferreira Patrício

 à Margem
Memórias do convívio com Mário Saa
Carlos Dugos

Sobre a génese de um trajecto
A obra que prefaciamos reúne comunicações e testemunhos coligidos no âmbito do colóquio Mário Saa: Poeta e Pensador da Razão Matemática: nos 40 anos da sua morte (1893-1971). O conceito, organização e divulgação da iniciativa estiveram a cargo da linha de investigação «Filosofia e Cultura Ibérica» do CEFi – Centro de Estudos de Filosofia, enquadrados pela visão estratégica desta unidade de investigação da Universidade Católica Portuguesa, nomeadamente no que respeita a dois princípios de actuação: o estudo e difusão dos valores da Cultura Portuguesa; a realização de iniciativas com impacto e alcance na comunidade.

Começámos a esboçar a estrutura do evento em meados de Maio de 2011, altura em que marcámos a primeira reunião com a Fundação Arquivo Paes Teles, especificamente no dia 13 de Maio, com o objectivo de chamar à participação a entidade que administra o espólio do Autor, doado pelo próprio, nos anos 70 do século passado, à Junta de Freguesia do Ervedal, do Concelho de Avis.

Nesta reunião ficaria assente que o Colóquio se realizaria nos dias 20 e 21 de Janeiro de 2012, assinalando-se a efeméride dos 40 anos da morte de Mário Saa — especificamente a 23 de Janeiro — em Lisboa, na Universidade Católica Portuguesa, e no Ervedal, na Fundação Arquivo Paes Teles. Apesar de o objectivo nuclear ser o estudo filosófico da obra do poeta e pensador, cedo decidimos trazer ao seio do evento investigadores oriundos de outras áreas de saber, presentes na obra de Mário Saa, como a arqueologia, a literatura, a política, a etnologia e a geografia antiga, bem como o fundamental testemunho, escrito, dos que conviveram de perto com este autor do Modernismo português, amigo de Fernando Pessoa, que há muito vem reclamando a atenção da cultura universitária, não pela relação com Pessoa, pelo menos quando considerada de modo exclusivo, mas pelo verbo vivo do escritor que foi e do legado que nos deixou.

Cumpriam-se, assim, os dois princípios estratégicos já apontados, ao mesmo tempo que se promovia o são pluralismo que caracteriza a nossa interdisciplinaridade, o que veio, efectivamente, a acontecer nos dois dias em que durou o encontro, a cujo apelo, vindo do CEFi, responderam, de modo quase imediato, as entidades, investigadores e autores contactados, inaugurando-se com eles o estudo científico, em contexto académico, da obra de Mário Saa, um repto pioneiro que esperamos se prodigalize e não se esgote no contributo deste livro.

Ao contributo ficarão indelevelmente associadas as entidades parceiras: a Fundação Arquivo Paes Teles, representada nas pessoas de Elisabete Pereira e Filipe Themudo Barata, a Câmara Municipal de Avis, representada pelo seu Presidente Manuel Maria Libério Coelho e Vice-Presidente Nuno Paulo Augusto da Silva, o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, representado pelo seu Presidente José Esteves Pereira, a Fundação António Quadros, representada pela sua Presidente Mafalda Ferro, a Associação dos Amigos do Concelho de Aviz, representada pelo seu Presidente César Fernando Picado Máximo e por Ramiro José Ferreira Lopes, e a Junta de Freguesia de Ervedal, representada pela sua Presidente Margarida Luzia Centeio da Costa Estevinha.

Por alturas de Março/Abril de 2012 daríamos por concluída a estrutura deste livro, de cuja leitura integral sobressaiu e se impos o título, menos delimitativo, Mário Saa: Poeta e Pensador da Razão Matemática, sem, pois, a circunscrição ao registo da efeméride, natural pretexto que visava dar voz à figura e obra do recordado no acto.

Põe o título em evidência o conceito maiormente inspirador, o de «razão matemática». As relações poéticas e conceptuais compreendidas nele conservam a singularidade da mensagem de Mário Saa, quem ele foi, poeta e pensador do ilimite e do infinito, cujo estilo penetrante (de verve coloquial, não poucas vezes corrosiva!), ideativo e intuitivo, põe na força da razão a matriz espiritual e inteligível dos mundos que pensa, cria e recria.

Deste drama da reflexão e da criação, que o Poeta-Pensador vive intensamente em cada linha, verso, metáfora e ideia, falam os textos ora reunidos. O leitor descobri-lo-á na aventura do interpretar e compreender de cada um dos autores, que contribuem, a seu modo, para a reconstrução de percursos de vida, de sentimento, de acção e de pensamento de uma das figuras mais singulares do nosso Modernismo, mais conhecida do que compreendida, citada do que estudada, e mais do que amada, condenada à luz terrestre da História, sempre, porém, a verdade dos homens.

Lisboa, 26 de Fevereiro de 2013


Manuel Cândido Pimentel
Teresa Dugos


Nota: os textos do livro de atas não estão redigidos ao abrigo do acordo ortográfico.